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domingo, março 22, 2009

A minha boneca

Minha boneca ladina
De vestido esfarrapado!...
Por onde andou a menina,
Desinquieta pequenina,
Para estar assim neste estado?

Sujou-se!... Não tem cautela!
Tantos trabalhos, filhinha!
Vou fazer uma barrela
Pôr uma fita amarela
Nas alças da camisinha.

Faço-lhe um bibe de chita
Uma touquinha de renda
Uma saiinha bonita
Um babetinho catita
A ver se a menina se emenda.

Vou deitá-la na caminha,
Remendar o seu vestido
Fazer a sua papinha
E enquanto está deitadinha
Vou-lhe cantando ao ouvido.

A minha linda filhinha
Dá trabalho à sua mãe
Mas que boca engraçadinha
Que carinha redondinha
Que olhos lindos que ela tem!

Dorme, dorme descansada,
Que eu canto para te embalar
Dorme filhinha adorada
Fecha os olhinhos calada
Que eu preciso de trabalhar!

(poeta anónimo, mas a Diva sabe de cor)

4 comentários:

maria eduarda disse...

Que ternura!
A Diva é a tua querida Mãe, assim como a pequenina da foto. Certo?
Orgulha-te muito desta tua Diva Querida!!!!
:D

solange disse...

A Diva é uma grande amiga da minha mãe que, apesar de todos os seus problemas pessoais (situação tb complicada), continua a ir sempre visitar a amiga e "atreve-se", apoiada numa canadiana, a sair com a amiga, para darem um passeiozito as duas. Este poema foi-me entregue pela minha mãe, há alguns anos, passados à mão pela Diva, que o sabia de cor. A propósito da foto, essa sim, da minha mãe, a Lida, num instantâneo sem preparação, tal como estava a brincar e o pai a captou, lembrei-me do poema que nunca cheguei a entregar com letra de imprensa. Vou enviar-lho hoje, pois sei que a minha mãe vai gostar e terá um bom motivo de conversa com a Diva, que aparece sem aviso e é sempre uma surpresa agradável. É uma ternura ver e ouvir as duas a conversar. Um verdadeiro exemplo de amizade!

solange disse...

Orgulho-me da Lida e também da Diva, pois são duas mulheres extraordinárias que n se deixam vencer na adversidade.
Para ti, Didium, amiga, um bjo.

João Celorico disse...

Por, ainda miúdo, nos anos 40, ter ouvido uma minha tia cantarolar a sua filha, minha prima, este poema, moveu-me a curiosidade e vim procura-lo. Foi pois com grande satisfação que aqui o encontrei. Direi que é poema para ter bem mais de 80 anos!
Bem haja por trazer aqui mais um exemplo do que será um "cancioneiro popular"!

João Celorico