Morro Maluco, sim, é o nome dessa montanha! A que se vê lá ao longe!!!
Entre Sá da Bandeira e Moçâmedes, cidades separadas por mais de 200Km, o Morro Maluco via-se em todo o percurso, quando deixávamos o litoral a caminho do planalto da Huíla - Angola e vice-versa.
Essa foto traz-me gratas recordações. Tantas!!! Das muitas viagens de carro entre uma cidade e outra.
Entre Sá da Bandeira e Moçâmedes, cidades separadas por mais de 200Km, o Morro Maluco via-se em todo o percurso, quando deixávamos o litoral a caminho do planalto da Huíla - Angola e vice-versa.
Essa foto traz-me gratas recordações. Tantas!!! Das muitas viagens de carro entre uma cidade e outra.
Maluco, porque era visto entre cada curva do caminho. Estava em todo o lado!!! Nós, as crianças de então, achávamos engraçado e estávamos atentos ao longo de cada viagem, para o ver ora do lado esquerdo, ora do lado direito, ora à nossa frente.
Quem não conhece o Morro Maluco, se por aquelas terras andou?!
Mas, de todas as lembranças, a mais emocionante é a minha viagem numa avioneta, monomotor de dois lugares.
Naquele dia de 1971, tinha uma oral de francês em Sá da Bandeira, logo de manhã, e queria ir nesse dia para casa - Moçâmedes.
Na véspera, o JJ, com dezassete anos (eu tinha dezanove), telefonou-me. Iria a Sá da Bandeira num avião do Aero Clube para fazer horas de voo. Se eu quisesse, depois do exame, dar-me-ia boleia para casa. Hesitei. “E a Nélinha?!” (minha amiga e colega, companheira inseparável). Diz ele “O avião só tem dois lugares”.
Decidi que regressaria a casa com o meu irmão, seria uma nova experiência, já que nunca tinha surgido antes tal oportunidade. A Nélinha entusiasmou-me, ela iria de automotora ou de comboio.
Assim foi!
Estava contente, ainda por cima depois de termos almoçado um bife com todos na “Roda”, acompanhado de sangria “inofensiva”.
Levantámos voo depois do almoço e, não posso negar, ia apreensiva, perante o à vontade do JJ, que, muito “profissional”, me dizia o que fazer.
Quem não conhece o Morro Maluco, se por aquelas terras andou?!
Mas, de todas as lembranças, a mais emocionante é a minha viagem numa avioneta, monomotor de dois lugares.
Naquele dia de 1971, tinha uma oral de francês em Sá da Bandeira, logo de manhã, e queria ir nesse dia para casa - Moçâmedes.
Na véspera, o JJ, com dezassete anos (eu tinha dezanove), telefonou-me. Iria a Sá da Bandeira num avião do Aero Clube para fazer horas de voo. Se eu quisesse, depois do exame, dar-me-ia boleia para casa. Hesitei. “E a Nélinha?!” (minha amiga e colega, companheira inseparável). Diz ele “O avião só tem dois lugares”.
Decidi que regressaria a casa com o meu irmão, seria uma nova experiência, já que nunca tinha surgido antes tal oportunidade. A Nélinha entusiasmou-me, ela iria de automotora ou de comboio.
Assim foi!
Estava contente, ainda por cima depois de termos almoçado um bife com todos na “Roda”, acompanhado de sangria “inofensiva”.
Levantámos voo depois do almoço e, não posso negar, ia apreensiva, perante o à vontade do JJ, que, muito “profissional”, me dizia o que fazer.
Habituada a aviões mais espaçosos, senti que ali estava apertada e ia assustadíssima, pois olhava para os lados, para a frente e para trás e tudo era precipício.
Silêncio! O Zé concentrado e eu começava a relaxar, observando tanta beleza! Mas, ao longe, vi o “famoso” Morro Maluco e não pude deixar de questionar “Vais conseguir passar no meio dos montes?! Como é que fazes?!”
Ele, depois de umas boas gargalhadas “Vou tentar passar entre eles, mas se não conseguir voo mais alto!” E continuava com as gargalhadas (inconfundíveis, as dele). Ria, ria e eu assustadíssima de novo.
Acalmou-me “Entre aqueles montes que vês, estão muitos metros a separá-los!”. E ria!!!
E passámos por entre os montes! Cheguei a Moçâmedes com o coração "nas mãos", orgulhosa por ter voado com aquele garoto, o meu irmão caçula, que tendo o brevet, ainda nem a carta de condução tinha.
Anos mais tarde, há relativamente pouco tempo, comentava o JJ com a nossa mãe, ainda sobre essa nossa aventura “A Solange foi muito corajosa. Sabendo o que sei hoje, quem não voaria naquelas condições era eu!”.
Acalmou-me “Entre aqueles montes que vês, estão muitos metros a separá-los!”. E ria!!!
E passámos por entre os montes! Cheguei a Moçâmedes com o coração "nas mãos", orgulhosa por ter voado com aquele garoto, o meu irmão caçula, que tendo o brevet, ainda nem a carta de condução tinha.
Anos mais tarde, há relativamente pouco tempo, comentava o JJ com a nossa mãe, ainda sobre essa nossa aventura “A Solange foi muito corajosa. Sabendo o que sei hoje, quem não voaria naquelas condições era eu!”.
E o Morro Maluco traz-me saudades da terra, da infância e adolescência, do JJ e das suas boas gargalhadas!
3 comentários:
História fantástica, assim como as imagens! Um grande beijinho.
Sol,
Que bonita experiência!
Que saudades do estar assim, sempre "desprevenido".
Que bela memória a tua!
Já conhecia a história e gostei tanto, tanto de a ler...
Li em voz alta, para a Luna e o Artur ouvirem!
alegro-me que a partilhes aqui ;-)
Realmente, que corajosa!
E que saudades das gargalhadas do tio, também...
Belas imagens...
Cresce-me vontade de ir a Angola...
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