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sábado, março 21, 2009

Desenraízamentos

(...) Não tenho sítio nenhum para onde ir e ando, como Dayo, para onde vão os turistas. A minha loja de comes-e-bebes, esse nó à roda do meu pescoço. Sinto como seria bom se a pudesse deixar, deixá-la assim,sem mais nem menos. Deixar o caril da véspera perder o gosto e apodrecer e ficar vermelho como veneno, deixar o pó cair do tecto e assentar. Levar Dayo para casa antes que ele endoideça. Como se um homem pudesse fazer isso, como se um homem pudesse abandonar uma vida que se estragou.(...)
V.S.Naipul, Num país livre, D.Quixote

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