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terça-feira, dezembro 20, 2011

Das estórias




Calo estórias
de entardeceres chuvosos.
Deixam marcas
na minha janela
virada para o Sul.
Lá, as gotas de água
volatilizam
ao calor do Sol
que iluminou
narrativas de vida.

maria eduarda

quarta-feira, setembro 22, 2010

Sensatez


Chegada a altura,
parte sem passos,
voa sem asas,
mas relembra
sem dores.
Cresce na mudança,
amacia o silêncio,
e fala baixinho,
pausadamente,
para que as aves
não levem o sonho
em direcção ao Sul.

maria eduarda

domingo, maio 02, 2010

Dia da Mãe


Mãe,


Falta-me o céu

quando o olho,

porque tu o preenches!


maria eduarda

sexta-feira, março 19, 2010

Pai, a minha sombra és tu

Shoreline Chair
Arnie Fisk

a cadeira está vazia, um corpo ausente
não aquece a madeira que lhe dá forma

e não ouço o recado que me quiseste dar
nem a tua voz forte que grita meninos
na hora de acordar
ouço o teu abraço, no corredor em gaia
e os olhos molhados pela inusitada despedida

o sol foge
mas o crepúsculo desenha a sombra que
tenho colada aos pés
ou o espelho, coberto com a tua face

pai, digo-te
a minha sombra és tu

Jorge Reis-Sá, in "A Palavra no Cimo das Águas"

terça-feira, outubro 27, 2009

A minha Mãe

Não houve tempo
para despedidas,
de beijos e abraços,
porque ela partiu,
sem estar(mos) preparada(os).
Porque ficámos sós,
filhos em crescimento,
filhos sem colo,
o colo da Mãe.
E porque hoje,
como ontem e sempre,
sinto que não a tenho,
e a explicação
não encontro.
Porque é assim, não é?
É a vida...
Não é o que se diz?
Uns partem, outros nascem...
Mas ela partiu demasiado cedo,
e não nos despedimos!

maria eduarda

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

A cada um deles (Pai e Mãe)

Emoldurei-te ali,
naquela prateleira,
por onde passo
e me detenho,
em mim prazenteira.
Assim, posso ver-te,
apreciar o teu sorriso,
que permanece
na passagem deste piso.
Estás ao alcance
de um olhar,
de um acenar.
Pena,
não poder dialogar.
Terias que deixar a moldura,
passar por mim, de mansinho,
sem sofreguidão
e, como se nada fosse,
perguntar baixinho:
"-Que dia é hoje? Que horas são?"
maria eduarda

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

Da minha Mãe


Das estrelas adquiro a luz,
que me conduz à tranquilidade;
Das trevas, o silêncio,
onde aguardo com serenidade;
Da lua, agarro a paz, a cor branca,
e coloco-a no estar, no ser franca;
Do sol abrasador, o calor,
que reflicto no amor;
Da chuva, recolho a pureza,
a limpidez,utilizada na sensatez.
Mas, do céu límpido,deixo ficar o azul,
que é o eterno olhar
daquela que em mim,
tem sempre um lugar
impossível de selar.
(23 de Fevereiro de 1931)
maria eduarda