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sexta-feira, novembro 19, 2010

A auto-crítica

Julgo-me pela sensação obrigatória de autocrítica. No início sinto que me compreendo perfeitamente. Então digo: ninguém me conhece melhor do que eu, e fico apaziguado. Depois começo a andar às voltas com a minha própria consciência e, de seguida, sou apanhado num turbilhão de sentimentos contraditórios que me afundam, dividem em dois e me tornam ambíguo. Logo de seguida, lembro-me do provérbio: para podermos julgar alguém, é necessário, antes, colocarmo-nos no seu lugar. Mas quando nos colocamos no lugar do outro, neste caso de nós próprios, sentimos exactamente o mesmo que o outro sente. Tornando, assim, o julgamento impossível. Ora, é precisamente essa incapacidade de me colocar no lugar do outro eu que me impossibilita de autocriticar-me. E volto a apaziguar-me, até recomeçar tudo novamente.


Jaime bulhosa

quarta-feira, novembro 17, 2010

Parabéns...


«Pode a distância separar-te dos teus amigos?

Se queres estar junto de alguém que amas, não te parece que já lá estarás?»


Richard Bach, Não há Longe Nem Distância...




Felizmente, as verdadeiras amizades, não dependem do espaço, nem do tempo...

Aqui fica um forte abraço à Didium,

4 dias depois do teu aniversário, fora de tempo, mas espero que ainda a tempo ;)




"Não há Longe Nem Distância":

sábado, novembro 13, 2010

livros...

No outro dia, comprei (mais) uma Alice no País das Maravilhas. Quando pedi para embrulhar o livro para oferta, a livreira perguntou: é para adulto ou para criança? Devolvi a pergunta com outra: quantos livros permitem esta dúvida, além da Alice? Não imagino alguém perguntar se Os Maias ou o Sexus são um presente para adulto ou para criança. Nem a questionar se O Pêndulo de Foucault ou as Memórias de Adriano deverão ser embrulhados com um papel repleto de ursos, balões ou rebuçados. Ou a colocar a hipótese de A República, O Estrangeiro, A Faca não corta o fogo, A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer ou o Tractatus Logico-Philosophicus serem oferecidos a uma criança. Apesar desta Alice ser para um adulto, apeteceu-me responder que era para uma criança, como se o leitor tivesse as duas idades. E fosse crescendo ou diminuindo, conforme o lado do cogumelo trincado.

Maria João Freitas