Quando o mundo é mais negro do que compreendo,
Quando nada se passa como eu queria,
E a vida é o rio e a torrente que vão correndo
Levando à sua frente as calmas horas do meu dia;
Quando descubro os espinhos da minha rosa,
Quando a solidão e a tristeza não têm fim,
Quando a raiva que me assalta é tão silenciosa
Que só a sinto quando já está dentro de mim;
Quando me sento a contemplar o vazio,
Quando descubro que não tenho nada nem ninguém
E que percorro este caminho tão sombrio
Que mais ninguém quer e ninguém tem,
Sei que a vida é como uma montanha
E a subida faz-se tão penosamente
Que o cansaço é grande e a tentação tamanha
De fugir, descer a encosta e não seguir em frente;
Sei que sou aquilo que quiser, tudo ou nada,
Arrastada pouco a pouco sem cair;
E se chego ao fim da caminhada
Sei que verei o sol da alvorada:
É sempre mais fácil descer do que subir.
Sofia Pedro
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sexta-feira, julho 09, 2010
quinta-feira, abril 01, 2010
Analogias…

Nesta imensa razão
Das raízes ressequidas
Das searas d’onde brota o pão.
Do pôr do sol há tanto perdido
Revejo-o, agora
Em teus campos de trigo.
Fugindo ao calor, um coqueiro
Aqui e agora
Na sombra do teu sobreiro.
Da ruidosa selva, gritando
Ouço, agora
Tuas pequenas aves, piando.

Das dunas de areia escaldantes
Sinto, agora
O calor das lareiras fumegantes.
Das gentes alegres, folias e risadas
Encontro, agora
Rostos tristes de gargantas abafadas.
Do merengue e batuque ritual
Aqui e agora
Lentos movimentos num som espiritual.
MARG
Almodôvar, Janeiro de 1996
Almodôvar, Janeiro de 1996
quinta-feira, janeiro 21, 2010
terça-feira, dezembro 01, 2009
Aconchego
Florene
Chegas tarde,
Chegas cedo,
Que importa o tempo,
Desde que chegues?
Chegas cedo,
Que importa o tempo,
Desde que chegues?
Vem,
Rompe o marasmo.
Reinventa o dia,
Atenta em mim,
Relança-te, e
nos meus braços,
descansa por mim.
Rompe o marasmo.
Reinventa o dia,
Atenta em mim,
Relança-te, e
nos meus braços,
descansa por mim.
maria eduarda
quarta-feira, outubro 07, 2009
Desalento

Parecia real,
repleto de afectos,
de vontades,
indomáveis,
intermináveis...
Esse sonho
abriu uma fissura
e espreitou a vida,
tal qual ela é.
Não soube onde pousar,
se na vida tal e qual,
se na memória real.
Há-de encontrar assento,
longe do lamento,
num lugar de destaque,
para que prossiga,
talvez, um dia,
num qualquer momento!
maria eduarda
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