Quando o mundo é mais negro do que compreendo,
Quando nada se passa como eu queria,
E a vida é o rio e a torrente que vão correndo
Levando à sua frente as calmas horas do meu dia;
Quando descubro os espinhos da minha rosa,
Quando a solidão e a tristeza não têm fim,
Quando a raiva que me assalta é tão silenciosa
Que só a sinto quando já está dentro de mim;
Quando me sento a contemplar o vazio,
Quando descubro que não tenho nada nem ninguém
E que percorro este caminho tão sombrio
Que mais ninguém quer e ninguém tem,
Sei que a vida é como uma montanha
E a subida faz-se tão penosamente
Que o cansaço é grande e a tentação tamanha
De fugir, descer a encosta e não seguir em frente;
Sei que sou aquilo que quiser, tudo ou nada,
Arrastada pouco a pouco sem cair;
E se chego ao fim da caminhada
Sei que verei o sol da alvorada:
É sempre mais fácil descer do que subir.
Sofia Pedro
2 comentários:
Por isso mesmo, por tudo o que nos rodeia, há que subir sempre, embora paremos de vez em quando...
Bjs
É sim, linda. E há tantas vezes que nos faltam as forças... Mas acho que, no fim, os heróis e as heroínas somos nós, que fazemos das tripas coração só para vermos mais uma vez aquela alvorada tão bonita. Um bj
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