Se ao menos o silencio fosse escorregadio, teria um propósito.
Sempre um se poderia tombar nele e deslizar sem horizonte fechado que apouque, nas avantajadas costas das palavras, nessas desrodas eficientes que permitem o transporte para o interior de alguém, uma vez que o destinatário não se comporte como em tempo de guerra uma estratégica fronteira que existe apinhada de enfartamentos, nem que seus pensamentos de primeira fila, queiram na vida ser a criança que louca se estreita atrás do tronco de árvore no quintal, para não ser a próxima a ter que estar cega, a contar até cem a cada minuto em que se desajeita no encontro com os demais, enquanto progride na audição de si mesma.
As palavras não são blindadas.
O silencio, sim.
Se nele não chove.
As palavras não são blindadas.
O silencio, sim.
Se nele não chove.
4 comentários:
Silêncio blindado!!! Gosto do termo aplicado ao silêncio. E gosto do silêncio, preciso dele, cada vez mais.
As tuas palavras conduzirão a tantas interpretações!!! E há tantos silêncios, tão variados.
Eu gosto do silêncio que me permite pensar. Pode ser o silêncio total, ausência de todo o tipo de sons, pode também ser o silêncio com os sons suaves da natureza: chuva que cai de mansinho, o chilrear dos pardais, uma canção suave.
Vamos, então, ouvir o silêncio?!
é tão imediata a sua estadia inacessível... mas vamos.
Geralmente ele faz-se sobre algo p se ouvir outra coisa, q ainda não é ele.
E nunca é só o silêncio...
Para mim, é!!! Desde que não seja ruído, já sinto que é silêncio.
O televisor desligado (sempre que estou sozinha em casa), os sons que vêm de mansinho lá de fora, da Natureza (aqui ainda temos disso, Didium!), os meus livros, o meu teclado, os meus sons!
Gosto desse silêncio!!!
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