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quarta-feira, maio 27, 2009

Sedução

Escrever assim
a história a narrar,
começada um dia.
O desejo esquecido,
tal como o verbo
esperar, o desejado.
Gavetas fechadas,
no desenrolar da vida,
de tantos momentos,
únicos uns, banais outros,
inesquecíveis, alguns.
Primaveras passadas,
fez sentido o verbo,
que não foi respeitado.
E este impôs-se,
empertigou-se, revoltou-se.
Decidiu remendar,
coser os anos,
voltar a encontrar
o interesse,
o quase esquecido.
O tempo, esse, passou
por gentes assim,
tal como o verbo
esperar, ou afim.
Olham-se por dentro,
vislumbram a luz,
forte, reacendida,
que ainda seduz.

maria eduarda

7 comentários:

solange disse...

Gosto de histórias, da sequência dos acontecimentos. Gosto tb das palavras em jogos que, muitas vezes, só o poeta entende, porque por ele vividos.
Nós, os leitores, tentamos fazer a nossa interpretação, normalmente tendo em conta as nossas próprias vivências. Este poema transmite a esperança, culminando nos belíssimos versos:
«Olham-se por dentro,
vislumbram a luz,
forte, reacendida,
que ainda seduz.»
Lindo!!!

maria eduarda disse...

Obrigada minha querida. É mesmo a esperança, o concretizar...

G. Ludovice disse...

Também fiquei sentada no «Olham-se por dentro,vislumbram a luz,
forte, reacendida,que ainda seduz.»

bj

maria eduarda disse...

Gabi,

Faz companhia ao teu "quintal de cores" :)

dinamene disse...

Gostei muito.

bugsnaEDucação disse...

A luz, a tua, com que iluminas as pedras (que são as palavras, diz o Vergílio).
Temos saudades tuas nas reuniões do norte, cada vez mais breves.
Está tudo melhor, amiga?
Encontramo-nos no sábado?

maria eduarda disse...

Elsa,

Envio email.

Beijos