O que me faz não ser de algum lado são os limites desse lado.
Às vezes seria uma toupeira, o chão sempre é mais solarento na sua profundidade que muitas superfícies, no entanto, habitáveis.
Que estranho o serem habitáveis e o serem como os rostos quando se entra neles e antes que se chegue ao seu fundo, há já lá um muro alto, sem no entanto qualquer buganvília.
3 comentários:
Quando as pessoas edificam a aridez de um muro, e não nos permitem espreitar para lá dele...
e às vezes, até chegar ao muro, nada nos seduz. A flor faria toda a diferença!
Que bem pensam e escrevem estas meninas!
É uma pena que haja tantos limites, tantos muros.
E eu que gosto tanto de buganvílias, a sorrirem coloridas e livres nos muros.
Essas são, exactamente, as minhas flores preferidas!
É paradoxal a ideia de termos de escalar um muro para chegar ao fundo. Isto leva-me a pensar no facto de, por vezes, o fundo das coisas estar à superfície, o rosto, aparentemente sem sol, conter em si o próprio sol.
Penso que o que queres dizer é que, por vezes, não se consegue mais do que sobreviver no que é visível. Que é necessário escavar para encontrar alguma luz.
Às vezes, mesmo escavando, é preciso partir pedra para que a luz passe e embata na semente de buganvília, fazendo-a germinar. E termos, para quem mergulha no nosso rosto, uma pedra no muro sempre solta, para quem a merecer tirar e passar para o lado solarento.
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