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domingo, junho 01, 2008

Choro e Sonho, Menino


Menino Rasgado,
Nu, Esfarrapado!
Na Rua
Vivendo, sem Tecto/Telhado!
Na Rua, Na Rua…
Menino Coitado!

Menino Esquecido
Com Suor Escorrido
Trabalha
Horas Sem Sentido,
Trabalha, Trabalha…
Menino Vivido!

Menino Desgraçado
Marchando Fardado
Na Guerra
Matando, Irmão-Odiado
Na Guerra, Na Guerra…
Menino Soldado!

Menino Vestido
Em Belo Tecido
Em Casa
Guardado/Aquecido!
Em Casa, Em Casa…
Menino Protegido!

Menino (Des)Amado 0u Mal Amado?
Na Sala Fechado
Sozinho
Olhando a TV Deitado!
Sozinho, Sozinho…
Menino Ensonado!

Onde estão teus direitos Menino?
Não é hoje o Teu Dia?
Por ti choro Menino!

E Choraria se um Menino houvesse na Rua, sem casa, conforto, comida, carinho
E há muitos!

Choraria se um Menino houvesse no Trabalho, sem brincar, sem sonhar, em suor a se desgastar
E há muitos!

Choraria se um Menino houvesse na Guerra, a lutar, a matar, a morrer devagar
E há muitos!

Choraria se um Menino houvesse Em Casa, sem sair, sem amigos, com medo do frio, dos desconhecidos
E há muitos!

Choraria se um Menino houvesse Sozinho, sem colo, sem companhia, a ver TV noite e dia
E há muitos!

Onde estão vossos direitos Meninos?
Não é hoje o Vosso Dia?
Por vós choro Meninos!

Também por vós Sonho!
Porque vejo em vossos olhos, mesmo na Tristeza, o brilho da Esperança….
Sonho com vosso Sorriso de Criança!

Por vós Choro e Sonho,
Meninos esfomeados, maltratados, abandonados, raptados, explorados, encarcerados…
Dinamene

2 comentários:

didium disse...

Que belo poema e que bela escrita! Parabéns!

solange disse...

Obrigada, por tudo!
Enviei-te de manhã uma sms:"Escreve sobre crianças, com uma visão geral das crianças a nível mundial."
Respondeste:"Não sei se tenho tempo/inspiração... Se der...Bjo."
Mais tarde, às 16.22h:"Escrevi um poema nos intervalos entre o almoço e os miúdos."
E que belo poema! Comovente, forte, cadenciado, num crescendo, completo!!!
Meninos, tantos, que habitam o nosso lindo planeta. Os sem tecto, sem nada, os trabalhadores, os soldados, os protegidos (demasiado), sozinhos entre "as gentes" em frente à TV, com tudo e sem nada.
Admiro a forma como escreves e, sobretudo, os teus sentimentos expressos neste poema que, seria bom, não fosse tão actual e pertencesse a um passado já longínquo.