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quinta-feira, junho 05, 2008

Em 1854, o Governo dos Estados Unidos tentou convencer o chefe indígena Cacique Seatle a vender suas terras. Como resposta, o chefe enviou uma carta, ao presidente F. Pierce, que se tornou conhecida mundialmente.
Mais de um século e meio depois, o seu conteúdo permanece actual, merecendo uma reflexão atenta.
É um maravilhoso exemplo de consciência ecológica, denunciando a ganância do homem branco, gritando contra a injustiça dos que pensam ter o direito sobre a terra e apelando ao humanismo.

“…Vocês devem ensinar às vossas crianças que o solo a seus pés é a cinza de nossos avós. Para que respeitem a terra, digam a vossos filhos que ela foi enriquecida com a vida de nosso povo. Ensinem às vossas crianças o que ensinamos às nossas: que a terra é nossa Mãe. Tudo o que acontecer à terra acontecerá também aos filhos da terra. Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Disto nós sabemos: a terra não pertence ao homem; o homem é que pertence à terra.
Disto sabemos: todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Há uma ligação em tudo.
O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu a teia da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizermos ao tecido, fará o homem a si mesmo (…)
Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa ideia nos parece um pouco estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?
Cada pedaço de terra é sagrado para o meu povo. Cada ramo brilhante de pinheiro, cada punhado de areia das praias , a penumbra da floresta densa, cada clareira e insecto a zumbir são sagrados na memória e experiência do meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho...
Essa água brilhante que escorre nos riachos e rios não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados. Se lhe vendermos a terra, vocês devem lembrar-se de que ela é sagrada, e devem ensinar às suas crianças que ela é sagrada e que cada reflexo nas águas nas águas límpidas dos lagos fala de acontecimentos e lembranças da vida do meu povo. O murmúrio das águas é a voz dos meus ancestrais.
Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhe vendermos nossa terra vocês devem lembrar e ensinar para seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem, dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão…”

Excerto da Carta do Chefe Seattle

1 comentário:

solange disse...

Nesta carta, o índio prevê os grandes males que o homem “civilizado” trará ao planeta. Estas palavras deveriam fazer reflectir cada um de nós e, sobretudo, os que têm o poder nas mãos. É triste que tenhamos chegado a esta situação de destruição implacável da terra pelos homens que não sabem respeitar “a sua casa” e se autodestroem todos os dias.
Devíamos ouvir com o coração as palavras deste velho sábio, meditar e tentar mudar esta realidade com pequenas acções diárias. Abaixo o supérfluo e o desperdício!
Vamos viver sem excessos e com mais qualidade de vida!!!
Queremos ou não preservar a Natureza e deixar aos nossos netos uma bela casa para morar?!