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domingo, agosto 03, 2008

Tua essência

É Verão! Dia quente!
Loucura do adormecido,
Nesse Inverno ausente.
Talvez por já ter sido,
Talvez por ter acabado,
A memória revigora,
Do trabalho, do enfado,
Dos sorrisos, na hora,
Convertidos em maneiras,
De labutas necessárias
Para prosseguir nos dias,
Com esta, aquela, entre várias
Pessoas, mais valias?

Que canseira!

É impossível ser diferente,
Quando te querem de outro modo.
Esse teu ser, tua essência,
Mudar? Sentires incómodo?
Não, o âmago, a tua valência,
Mantém-na inalterável.
As vozes saber-te-ão ler,
Num misto de aceitação, viável.
E aí, sim, prossegue! É preciso saber!
Aceite ou não, continua a luta.
Sê tu próprio, não desiludas,
Aqueles que a teu lado, na labuta,
Caminham contigo, e tu não mudas!

maria eduarda

2 comentários:

solange disse...

Este teu poema é tão realista, tão profundo, tão actual!!!
Quantas vezes encobrimos a nossa essência, para viver nesta sociedade tão heterogénia, que exige de nós, muito mais, às vezes, do que aquilo que nos é possível dar. E damos, dividimo-nos para poder dar e chegar a todo o lado. Por vezes, que canseira, outras vezes que alegria, depende dos dias, dos factos, das pessoas.
Temos de ser verdadeiros, com a nossa essência, com as nossas qualidades e defeitos!

Porém, como disse
Molière:
"Convém, em certas ocasiões, ocultar o que se traz no coração."

didium disse...

Por isso mesmo é que é muitas vezes uma canseira, porque ocultamos! É terrível quando sorrimos sem vontade!
E vem mais um ano! Que canseira!!!!!!!