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terça-feira, agosto 19, 2008

Foto:G.Ludovice, Lisboa 2007

"Um homem que, por fim, tenha encontrado algo para fazer não necessita de um fato novo para o realizar. O velho fato servirá, todo poeirento e guardado no sótão por um período indeterminado de tempo. Os sapatos velhos servirão a um herói mais tempo do que serviram ao seu criado ( se é que algum herói alguma vez teve criados).
(...) Somente aqueles que frequentam soirées e reuniões oficiais devem ter novos casacos, para mudar tantas vezes como muda o homem que os veste.
(...) Eis o que vos digo: acautelai-vos de todos os negócios que exigem roupas novas e não um novo portador de roupas.
(...) Talvez nunca devêssemos ter novos trajes, por mais esfarrapados e sujos que estivessem os velhos, até termos conduzido, empreendido ou zarpado, de alguma forma, sentindo-nos homens novos com velhas aparências, em que preservá-las seria como guardar vinho novo em garrafas velhas. A nossa época da muda, como a das aves, deve ser uma crise existencial.
(...) É conveniente que um homem se vista de forma tão simples que possa colocar as mãos sobre ele mesmo na escuridão, e que viva, em todos os aspectos, tão compacta e convenientemente preparado, que, se um inimigo tomar a cidade, ele possa, como o velho filósofo, sair porta fora de mãos vazias sem ansiedade(...)."

Onde vivi e para que vivi, Thoreau, Ed. Quasi

1 comentário:

didium disse...

A integridade, a honestidade, a humildade e a transparência, são atributos necessários e imprescindíveis.