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quinta-feira, agosto 21, 2008

O conhecimento dos anjos de JILL PATON WALSH

Neste belíssimo romance, a autora transporta-nos até uma ilha mediterrânica em plena Idade Média, onde a lenda do menino-selvagem é recuperada – uma criança que viveu desde sempre entre os lobos é encontrada por pastores numa montanha gelada – e serve de contraponto à história de um náufrago, Palinor, cujos conhecimentos do mundo, engenho e lógica excedem os de todos aqueles que põem em causa as suas crenças. À medida que a narrativa dramática se vai desenrolando até à sua conclusão implacável, torna-se, porém, evidente para o leitor que uma destas duas vidas terá de ser sacrificada.
Numa linguagem simples e profundamente bela, “O conhecimento dos anjos” é uma metáfora que ultrapassa o tempo em que ocorre a história, que conta e explora os conflitos entre a tolerância e a moral instituída, entre o amor e a crueldade.

2 comentários:

solange disse...

Adorei este livro! Obriga-nos a pensar, coloca-nos uma série de questões. É um livro de fantástico, que aconselho a ler, mais do que todos!!!
Uma obra que Manuela Pires da Fonseca colocaria numa lista de livros sobre o ateísmo e cuja história ela resume assim, num "resumo muito simplista":
"Aquilo passa-se numa ilha do Mediterrâneo, em tempos medievais não precisos. Só pela descrição do cenário, sentimo-nos logo em casa! Depois entra em cena um aristocrata vindo não se sabe muito bem de onde, que naufragou e veio dar à costa. O senhor identifica-se, e, quando lhe perguntam pela religião, diz que é ateu. Surpresa geral "Ateu?! Isso não existe!" É então informado de que tem que escolher uma religião, sob pena de ser queimado caso o não faça. A criatura decide permanecer fiel aos seus princípios, e tenta argumentar com o bispo lá do sítio sobre a necessidade de ter que haver um deus. O bispo até era boa pessoa, e deu-lhe um prazo durante o qual ambos argumentariam até que um cedesse. Ora o bispo argumentava que acreditar num deus seria uma coisa inata. Isto é complicado de provar, uma vez que até chegar à idade em que o pessoal começa a questionar estas coisas já foi exposto a ideias, imagens, objectos religiosos. Até que se descobre na ilha uma menina que foi criada por lobos... A vida do aristocrata passa a ficar dependente da resposta duma criatura que tem primeiro que ser domesticada e ensinada a falar longe de qualquer alusão religiosa..."

solange disse...

Vou colocar um excerto do livro, para que possam apreciar um pouquinho!!!!