mas amei-te em cada Primavera
com a exuberância de semente...
Não nasci do teu ventre
mas foi em ti que sepultei
as minhas saudades
e sofri na minha carne
as tempestades
o destino e os anseios
da tua gente...
Não nasci do teu ventre
mas bebi o teu sortilégio
em noites de poesia
transparente...Não nasci do teu ventre
mas foi à tua sombra
que fecundei rebentos novos
e abri os braços
para um destino transcendente...
Angola,
não serás terra do meu berço
mas és terra do meu ventre!
Amélia Veiga
"Amélia Veiga afirmou-se já como dona de um excepcional talento poético que encontra ampla confirmação neste seu novo livro de poemas, alguns dos quais, como outros anteriores, foram presentes ao concurso literário da Câmara Municipal de Sá da Bandeira, no ano passado, merecendo o Prémio Fernando Pessoa.
in "O Século" - 1963
1 comentário:
Que lindo é este poema! Li e reli. Tão bonito!!! Até gostava de conhecer outros da autora.
Sá da bandeira, 1963, como o tempo passa!
Prometo colocar aqui, no nosso blog, AMANHÃ, um poema que me foi dedicado em Maio de 2003 com o título" ANGOLA, MÃE TERRA!"
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