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sábado, junho 20, 2009

Mambo 17

Quando é que se pode dizer, "tudo azul esboroado"?
Existirão instantes ainda mais propícios a tal excesso, deveremos contar com desa/agravamentos dos profundos já rendilhados estados de prostração/adoração à existência?
O esboroado não será um termo inenarrável, que significa passar a ser de outro modo em torrões de fragilidades?
E o azul, que activa? Os filtrantes olhos, da mãe que escolhe quase com devassidão os mundos onde sentar pouco as suas crianças de vidro, presas também do seu olhar? Quem rapta o azul à nossa alma sem guarida? Que arrepio sem sul, tão justamente se reparte pelas partes do corpo?
Não servem as analogias para saber da vida?
Talvez azul esboroado imite bem o vermelho vivo perdivelmente a descer--se em rodopios lentos, sem ambição de lugar último.
Mais facilmente se sabe do "tudo azul esboroado" quando se está deitado sobre o chão, sem visão alguma de pedaço de céu ou de olhos que bem o imitem.

G.Ludovice in blogue: 2+2=5

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