Sim, escrever sobre ti não é útil.
Útil é estar do outro lado dos teus olhos a morder devagar
o teu cozinhado de camarões,
tacteando o tempo, como se fosse sedoso contigo
e avermelhar-me quando caças com esse azul, em vez de rede ou armas.
Não há poema suficiente que seja esse momento
nem essa brancura de lã pairando como um topo em ti,
agasalhadora não sei bem de que modo de sentir-te.
Escrever é mostrar que talvez numa asa para algures, ficas um ponto. Apenas isso.
Esqueceria todas as palavras se num exercício inverso.
Deixaria de pensar, até.
Sim, escrever é teres partido... e não ser Deus.
4 comentários:
Gabi,
Gostei do desenho, por que razão o tiraste?
Okay, linda!
Gostei do poema ;)
eu gosto mais da causa do poema :)
um destes dias faço uma pausa na escrita...
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