"Nós vagueamos sobre um vasto "mundo", sempre cheios de incertezas e indecisões, empurrados dum lado para outro. Qualquer coisa, a que julguemos poder agarrar-nos e segurar-nos, oscila e abandona-nos, e se procurarmos segui-la, escapa aos nossos esforços, esvai-se numa fuga eterna. Este é o estado próprio à nossa natureza, mas contrário às nossas ânsias: ardemos de ansiedade por encontrar "terra" firme (...) mas as fundações despedaçam-se e a terra abre-se até ao abismo.
Não procuremos segurança nem estabilidade. A nossa razão é constantemente atraiçoada pela inconstância das aparências. Nada pode fixar o finito entre dois infinitos (o infinitamente grande e o infinitamente pequeno) que a aprisionam e lhe escapam."
Pascal, Pensées
3 comentários:
Se não há certezas, é simples, há incertezas. Mas há uma certeza, que encurrala logicamente o raciocínio de que não há certezas, o da certeza de existirem apenas incertezas.
:(
É verdade! Temos todos a certeza de que as nossas certezas não passam de incertezas.
É tudo tão relativo!
:-)
Gosto do texto.
Dos vossos comentários também!!!
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