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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Encolher de ombros

Damos comummente às nossas ideias do desconhecido a cor das nossas noções do conhecido: se chamamos à morte um sono é porque parece um sono por fora; se chamamos à morte uma nova vida é porque parece uma coisa diferente da vida. Com pequenos mal-entendidos com a realidade construímos as crenças e as esperanças, e vivemos das côdeas a que chamamos bolos, como as crianças pobres que brincam a ser felizes.(...)

Fernando Pessoa

2 comentários:

solange disse...

Como são tão reais/actuais as ideias do F.P., este "nosso" grande poeta.
Tentamos sempre contornar a realidade, para conseguirmos sobreviver e ser felizes com aquilo que nos é "presenteado" cada dia!
Agradeçamos, então, e
aproveitemos essas côdeas para as transformarmos em algo especial!
Anteontem, depois de um dia que me deixou cansada e sem ânimo, deitei-me um pouco e comecei a ler "A vida num sopro".
Envolvi-me naquela época (princípios do séc.XX) e com aqueles jovens (Luís e Amélia), relaxei e por ali ficava se n fosse o telemóvel a lembrar-me que a vida é esta!!!
Levantei-me tranquila, leve, bem disposta e fui telefonar aos meus pais.
Encontrei, do outro lado, a alegria da minha mãe, contente porque tinha preparado uma encomenda para enviar à minha irmã. Queria confirmar a direcção, quis contar-me as novidades do seu dia (passado em casa, sem ouvir, mas com uma vontade enorme de viver, de fazer coisas , de estar activa e aceitar, com alegria, o pouco que a vida ainda lhe oferece).
Deu-me força, fiquei animada e, nesse momento, senti que vale a pena continuar a ter esperança.

maria eduarda disse...

Vale sempre a pena ter esperança!
Há dias menos bons, e quando não descansamos o suficiente, tudo se complica porque estamos muito cansados e sem ânimo até para pensar...
Amanhã é outro dia!
Bjo