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sábado, novembro 01, 2008

Memórias

Memórias,
vultos, datas, momentos pouco nítidos,
fruto do esquecer intencional,
do apagar do espelho, que se vê cá dentro,
dentro de nós, onde tudo se aloja.
Os anos da infância, da adolescência,
da jovem-mulher-mãe.
Retratos emoldurados na lembrança dos anos contados, somados...
Lembrança que emerge,
com contornos difusos, imperceptíveis.
Rostos vistos num espelho antigo, baço.
A memória insiste em ser inexacta,
pouco aplicada, esquecida, saída da moldura.
Mais um esforço, e a resposta são momentos soltos,
alguns distorcidos, fugazes, quase irreais.
Porquê tanta sombra, tanto breu?
Sobreviver é preciso, viver é a hora!
A hora de saborear a nitidez de alguns traços,
pedaços de ternura, pedaços de olhares.
Continuar a levar comigo, para sempre,
aquele sorriso, aquele olhar, aquele abraçar, aquele despedir...
Memórias!

maria eduarda

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