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sábado, novembro 08, 2008

Analogias II

Algures em mim fixa-se este meu ser, inexacto, imperfeito, porque sempre à procura do equilíbrio. Construído sistematicamente, quando uma peça desajustada tem que ser substituída, com o objectivo de caminhar na vertical.
Pedaços de um puzzle, cujas peças se vão ajustando, equilibrando, para tal, manuseadas com precisão. A obra é demorada, cada momento deve ser vivido com a emoção trazida pela alegria, e por vezes sucumbido pela tristeza.
A alma é nobre, revigora-se com pequenas vitórias: a do sorriso para alguém e de alguém; a das palavras proferidas na hora; a dos olhares cúmplices e transparentes.

E o ser prossegue por cá, adoptando uma postura guerreira, apesar de algumas perdas irreparáveis- algumas peças do puzzle perdem-se e ficam espaços para sempre vazios. Não há necessidade de os preencher, outra peça não teria o mesmo brilho, a mesma textura, o mesmo encanto...
A construção avança! Difícil é terminar, ajustar todas as peças, e são tantas! Algumas teimosas em não encaixar na perfeição.
Perfeição! Nada é perfeito, ou talvez o seja a natureza, quando o homem não intenta fazer dela um outro puzzle, reflexo da sua imaginação, frequentemente espelho da sua ignorante altivez.
Acabada a tarefa, pronto o cenário, a figura quer-se emoldurada, para deleite do olhar de outras almas.
Imperfeito ou quase perfeito, lá está ele colocado na parede, misterioso para uns, e isento de mistério, para outros.

maria eduarda

1 comentário:

G. Ludovice disse...

Como dizes, em constante construção..
Abaixo a moldura!!!

penso q hoje n te encontrarei em Lisboa..