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quarta-feira, novembro 12, 2008

A evasão

O silêncio enche a casa,
abafa o ar, atormenta o ser.
Do nada, faz tábua rasa,
agarra a vontade, o querer.
Acontece o rumor, o ruído,
envolvendo o vazio, o nada.
Reabre-se a fonte, o ouvido,
e em melodia pautada,
faz-se vida, faz-se música.
O corpo adormecido reage,
reformula a hora única,
não se abandona e age.

Assim são momentos sombrios,
silenciosos, inquietantes,
e a harmonia, em dias frios,
recoloca na vida, variantes.
O só, existe, por vezes,
à espera do som, do despertar.
A obstinação enfrenta os revezes,
adianta-se à vontade de voar.
Surge o tumulto, a mudança,
capaz de alterar a solidão,
liberta-se em melodia de dança,
no cenário onírico da evasão.

maria eduarda

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