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sexta-feira, novembro 14, 2008

Coisas que se pensam quando qualquer outra coisa seria menos inútil

O sem futuro de uma coisa, impede-me não de a desejar, mas de por ela poder sentir apenas alegria, colada que vem com ela a pele da morte, do desaparecimento de um dos dois, de mim ou da coisa, que pode ser descoisa se palpita e a amei ou se antes a tornei com alma.
O que é uma coisa? É quando se dá o caso de a olhar sem ainda perceber, a sua existência em mim.

3 comentários:

didium disse...

É isso mesmo! Quando a identificamos, já a reconhecemos como nossa, já a chamamos pelo nome.

G. Ludovice disse...

:)

solange disse...

O A. Lobo Antunes escreveu a obra "Boa tarde às coisas aqui em baixo".
E diz, a certa altura,
«o tempo imóvel, quer dizer muita coisa a passar em mim».
E respondeu numa entrevista:
"Eu escrevo livros para corrigir os anteriores. E ainda tenho muito para corrigir."
Numa outra entrevista afirmou também: "No fundo, a nossa vida é sempre uma luta contra a depressão e, em relação a mim, escrever é uma forma de fuga ou de equilíbrio… Por outro lado, há a sensação de qualquer coisa que nos foi dada e que temos obrigação de dar às outras pessoas: quando não trabalho sinto-me culpado. Há ainda a sensação do tempo, ou seja, ter na cabeça projectos para 200 anos e saber que não vamos viver 200 anos..."

E repetiria aqui as palavras da Gabi «O sem futuro de uma coisa, impede-me não de a desejar,-----»