- Cativa-me por favor, disse ela.
- Tenho muito gosto, respondeu o principezinho, mas falta-me tempo. Preciso de descobrir amigos e conhecer muitas coisas.
- Só se conhecem as coisas que se cativam, disse a raposa. Os homens já não têm tempo para tomar conhecimento de nada. Compram coisas feitas aos mercadores. Mas como não existem mercadores de amigos, os homens já não têm amigos.
Se queres um amigo, cativa-me.
- Como é que hei-de fazer? - disse o principezinho.
- Tens que ter muita paciência, respondeu a raposa. Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo rabinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto.
(...)
Antoine de Saint-Exupéry, in O Principezinho.
5 comentários:
Adoro o "Principezinho"...
a linguagem não verbal ... o silêncio...às vezes falam mais alto que tantas palavras.
Bjinhos
É verdade Andy. Às vezes as palavras são mal interpretadas, e o silêncio "fala" por elas.
Beijinhos
O "Principezinho" é delicioso, um livro cativante!
Adorei a imagem escolhida, o novo visual do "Ler é Viver"! Andas inspirada ;)
Abraço apertado
Obrigado, Eduarda, lembraste-nos O Principezinho que lemos nos anos 60 do saborosíssimo Saint-Ex. E logo a deliciosa cena da raposa. São precisos ritos...
Um abraço para todos.
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