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domingo, julho 19, 2009

Ainda, as asas

Aninhei dois passarinhos
recém-nascidos, hesitantes,
vi-os nas suas asas,
erguerem-se triunfantes,
aligeirarem-se ao vento,
enfrentarem tempestades.

Por perto, orientei-os,
aconcheguei-os nos braços,
Do colo, fiz-lhes morada.

Um dia, o mais forte
olhou-me pronto, seguro,
e bateu as suas asinhas.
O outro, o mais novito,
aconchegou-se no ninho,
mas, de quando em vez,
as suas asitas brilhantes
batem na leveza do voo.

Um dia, essas outras asas
baterão com mais força,
e partirão também.
O ninho de então, desfi-lo,
já lá não habitam
os seres indefesos.
Nas suas asas,
dobram o vento,
rasam a tristeza,
voam na alegria,
também na incerteza,
mas voam...

Continuo por aqui,
à espera de um voo
rasante, no meu aconchego.

maria eduarda

7 comentários:

Anabela Magalhães disse...

Eles voltam ao ninho...

maria eduarda disse...

Tu também sabes que assim é!

Bjs

solange disse...

Que poema maravilhoso!!! E que bom ler as tuas sábias e ternas palavras em jogo ritmado, belíssimo.
Bj

maria eduarda disse...

Obrigada Sol!

Ricardo Pinto disse...

Muito bem encontrei este blog por intermédio da minha cara amiga Anabela e já percebi que a autora também faz questão em nos deixar lindas poesias. Também no meu blogue vou deixando umas poesias no espaço LER +
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maria eduarda disse...

Obrigada Ricardo. Sou uma das autoras deste blog. Seja bem-vindo!

Bea disse...

os ninhos ficam vazios para outros se construirem...importante é que os pássaros sais deles quando já saibam voar.bjs