«O meu olhar desce até ao sexo dos amantes:
olhamo-nos,
dizemos algo de escuro,
amamo-nos como papoila e memória,
dormimos como vinho nas conchas,
ou o mar no brilho-sangue da lua.
Ficamos abraçados à janela, olham para nós da rua: é tempo que se saiba!
É tempo que a pedra se decida a florir, que ao desassossego palpite um coração.
É tempo que seja tempo. É tempo.»
Paul Celan
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