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domingo, outubro 26, 2008

Analogias I


Nas minhas mãos, o novelo,
enrolado e ajustado à ocasião,
para ser transformado, desfigurado.
Assim a chuva se torna gelo,
nestes dias de frio e solidão,
água cristalina em bloco mascarado.

O frio gela o prado imenso,
as árvores nuas, em grito solto,
o céu, de turvo, incomodado.
No lar já não basta o incenso,
que tenta alterar o ar envolto,
em fragâncias libertas por todo o lado.

O novelo deixa cair o seu fio,
Colorido, brilhante, espesso.
Formo nas mãos, uma rede,
junção de pedaço de um rio,
que se junta ao mar avesso,
nessa eterna ligação, sem sede.

maria eduarda

2 comentários:

G. Ludovice disse...

Belo!!

bj

solange disse...

Belo, sim,sem dúvida!!!
Adoro os versos em que o "novelo" é transformado e o "fio colorido, brilhante, espesso" forma nas mãos uma rede.
Criaste uma imagem fantástica, que me traz à memória tantos momentos, tantas pessoas, tantas alegrias!