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quinta-feira, outubro 23, 2008

«Diário de uma viagem aos Himalaias - Nepal»

Continuação 1

Pelas 15h 30m, já alimentados e de mochilas às costas, iniciámos a nossa primeira caminhada de 3h, cerca de 6 km, com destino a Phakding, a 2610m de altitude.
Pelo caminho pudemos observar alguns rochedos gravados com orações budistas e ornamentados com bandeiras (panos) de oração muito coloridas, transmitindo uma certa beleza e algo de mítico (os povos acreditam que as orações ou preces são levadas pelo vento e são ouvidas pelos deuses).

Pontos de oração
Segundo indicações dos guias, estes rochedos devem ser sempre contornados pela esquerda, na direcção dos ponteiros do relógio, uma questão de religião. Ao contorná-los, rezam para terem sorte e saúde nesta vida e na outra que acreditam vir a ter.
As instalações onde pernoitámos eram novas, bem equipadas e com boas casas de banho para cada dois quartos (surpresa!). Faziam lembrar chalés suíços. Aqui pudemos tomar banho quente, já que nos dias seguintes seria, talvez, impossível, devido à falta de condições e ao frio que se iria sentir.

Os primeiros aposentos

Deitámo-nos bem cedo, porque no dia seguinte esperava-nos uma longa caminhada, com algumas subidas até Namche Bazar, o mais importante povoado do Khumbu, a capital da região sherpa.

No 4º dia iniciámos a caminhada às 8h, com uma boa subida até Monjo – entrada no Parque Nacional Sagarmatha.

A primeira parte do trilho desenrolou-se por um lindo vale, com alguma vegetação e sempre ao longo do rio Dudh, com pontes suspensas que nos levavam ora à margem esquerda, ora à margem direita, onde se desenrolava o trilho, avistando ao longe os picos brancos das mais altas montanhas do mundo.

Ao longo de todo o percurso (principalmente até Namche Bazar), encontram-se muitas localidades com lodges, para apoio às expedições.

Estas pontes, suspensas por cabos de aço, são muito estreitas e baloiçam à nossa passagem. Algumas deixam ver, através dos buracos deixados pelas velhas tábuas, as águas do rio lá bem no fundo.

Ponte sobre o rio Dudh

Imaginem se nos cruzássemos com outros transeuntes mais corpulentos e de chifres (os yaques)! Era preciso ter atenção e ficar o menos tempo possível em cima da ponte, não fossem eles aparecer!

Texto e fotos de Isaura Tavares

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