Pelo caminho pudemos observar alguns rochedos gravados com orações budistas e ornamentados com bandeiras (panos) de oração muito coloridas, transmitindo uma certa beleza e algo de mítico (os povos acreditam que as orações ou preces são levadas pelo vento e são ouvidas pelos deuses).
Segundo indicações dos guias, estes rochedos devem ser sempre contornados pela esquerda, na direcção dos ponteiros do relógio, uma questão de religião. Ao contorná-los, rezam para terem sorte e saúde nesta vida e na outra que acreditam vir a ter.
As instalações onde pernoitámos eram novas, bem equipadas e com boas casas de banho para cada dois quartos (surpresa!). Faziam lembrar chalés suíços. Aqui pudemos tomar banho quente, já que nos dias seguintes seria, talvez, impossível, devido à falta de condições e ao frio que se iria sentir.
Os primeiros aposentos
Deitámo-nos bem cedo, porque no dia seguinte esperava-nos uma longa caminhada, com algumas subidas até Namche Bazar, o mais importante povoado do Khumbu, a capital da região sherpa.
No 4º dia iniciámos a caminhada às 8h, com uma boa subida até Monjo – entrada no Parque Nacional Sagarmatha.
A primeira parte do trilho desenrolou-se por um lindo vale, com alguma vegetação e sempre ao longo do rio Dudh, com pontes suspensas que nos levavam ora à margem esquerda, ora à margem direita, onde se desenrolava o trilho, avistando ao longe os picos brancos das mais altas montanhas do mundo.
Ao longo de todo o percurso (principalmente até Namche Bazar), encontram-se muitas localidades com lodges, para apoio às expedições.
Estas pontes, suspensas por cabos de aço, são muito estreitas e baloiçam à nossa passagem. Algumas deixam ver, através dos buracos deixados pelas velhas tábuas, as águas do rio lá bem no fundo.
Ponte sobre o rio Dudh
Imaginem se nos cruzássemos com outros transeuntes mais corpulentos e de chifres (os yaques)! Era preciso ter atenção e ficar o menos tempo possível em cima da ponte, não fossem eles aparecer!
Texto e fotos de Isaura Tavares
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