Foto:G.Ludovice 2008
A bengala, as moedas, o chaveiro,
A dócil fechadura, essas tardias
Notas que não lerão meus poucos dias
Que restam, o baralho e o tabuleiro,
um livro e dentro dele a esmagada
Violeta, monumento de uma tarde
Por certo inolvidável e olvidada
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora. Quantas coisas,
Limas, umbrais, atlas, copos, cravos
Nos servem como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além do nosso olvido
E nunca saberão que já nos fomos.
Jorge Luís Borges
A dócil fechadura, essas tardias
Notas que não lerão meus poucos dias
Que restam, o baralho e o tabuleiro,
um livro e dentro dele a esmagada
Violeta, monumento de uma tarde
Por certo inolvidável e olvidada
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora. Quantas coisas,
Limas, umbrais, atlas, copos, cravos
Nos servem como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além do nosso olvido
E nunca saberão que já nos fomos.
Jorge Luís Borges
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