Ama Dablam - Isaura (2005 )
Para carregar a nossa bagagem, tínhamos 6 Yakes e dois rapazes sherpas, bastante jovens. Fiquei impressionada com o peso que cada um ia transportar: três sacos, com aproximadamente 15 kg cada, mais a própria mochila. Como era possível?! Os Yakes são animais corpulentos e peludos que vivem nas zonas mais altas e frias e, por isso, dão muito apoio às expedições.Os carregadores levam tudo o que é necessário para abastecer as diversas localidades. Andam mal vestidos e mal calçados, por vezes de chinelos. Vêem-se grandes pedaços de carne a serem levados dentro dos cestos, bidões com combustível, bilhas de gás e muito mais. Levam na mão um pau com uma base que os ajuda a descansar quando não têm onde poisar a carga. É inconcebível, tanto esforço que têm que despender. Estas imagens, nunca mais esquecerei, dificilmente se apagarão da minha memória. Sei que estão habituados e que é esta a sua forma de vida, mas o esforço é demasiado.
Estávamos a 2840m de altitude e iríamos chegar aos 5550m. Quanta emoção, ao vermo-nos ali no coração dos Himalaias, aos pés da mais alta montanha do mundo, o “Everest”, com 8848 metros de altitude. Este era o 1º dos 17 dias que iríamos passar nas montanhas, afastados de muitas comodidades a que estamos habituados: telemóveis, alcatrão, estrada, carros ou qualquer tipo de transporte motorizado, WC equipada, água canalizada, electricidade, aquecimentos, água potável! O primeiro contacto com as populações fez-me recuar muitos anos, lembrei-me da minha aldeia, quando as ruas não tinham alcatrão, não havia electricidade e se utilizavam cântaros de barro para ir à fonte (um poço afastado da aldeia com um caldeiro numa roldana) buscar água. Lukla é um grande povoado, tem muito comércio e as crianças brincam nas ruas sujas com esgoto a céu aberto.
A Isaura escreveu o seu diário de viagem, em 2005, com tanta emoção e beleza, que, tendo-o partilhado comigo e aceitando que coloque aqui excertos seleccionados, penso que será muito agradável “viajar” com ela e conhecer um pouco da sua experiência de aventureira organizada.
«… Acompanhados pelos guias, em Lukla, fizemos uma pequena caminhada dentro da localidade até ao primeiro lodge (espaço, tipo de pensão ou albergue, que dá apoio às expedições) onde almoçámos. Os nossos sacos já estavam a ser distribuídos pelos carregadores. Enquanto esperávamos pelo repasto, observámos como era feita a distribuição dos nossos sacos, com 15 kg cada, pelos vários animais (espécie de bois descendentes de yakes e vacas) e homens.
Para carregar a nossa bagagem, tínhamos 6 Yakes e dois rapazes sherpas, bastante jovens. Fiquei impressionada com o peso que cada um ia transportar: três sacos, com aproximadamente 15 kg cada, mais a própria mochila. Como era possível?! Os Yakes são animais corpulentos e peludos que vivem nas zonas mais altas e frias e, por isso, dão muito apoio às expedições.Os carregadores levam tudo o que é necessário para abastecer as diversas localidades. Andam mal vestidos e mal calçados, por vezes de chinelos. Vêem-se grandes pedaços de carne a serem levados dentro dos cestos, bidões com combustível, bilhas de gás e muito mais. Levam na mão um pau com uma base que os ajuda a descansar quando não têm onde poisar a carga. É inconcebível, tanto esforço que têm que despender. Estas imagens, nunca mais esquecerei, dificilmente se apagarão da minha memória. Sei que estão habituados e que é esta a sua forma de vida, mas o esforço é demasiado.
Estávamos a 2840m de altitude e iríamos chegar aos 5550m. Quanta emoção, ao vermo-nos ali no coração dos Himalaias, aos pés da mais alta montanha do mundo, o “Everest”, com 8848 metros de altitude. Este era o 1º dos 17 dias que iríamos passar nas montanhas, afastados de muitas comodidades a que estamos habituados: telemóveis, alcatrão, estrada, carros ou qualquer tipo de transporte motorizado, WC equipada, água canalizada, electricidade, aquecimentos, água potável! O primeiro contacto com as populações fez-me recuar muitos anos, lembrei-me da minha aldeia, quando as ruas não tinham alcatrão, não havia electricidade e se utilizavam cântaros de barro para ir à fonte (um poço afastado da aldeia com um caldeiro numa roldana) buscar água. Lukla é um grande povoado, tem muito comércio e as crianças brincam nas ruas sujas com esgoto a céu aberto.
Percorremos as ruas, que se encontravam em obras, até ao fim, onde um pequeno arco nos indicava uma porta de saída, ou melhor, a entrada num outro espaço que parecia levar-nos a outro planeta – o espaço que iríamos calcorrear durante 17 dias no coração dos Himalaias, interior do “Parque Nacional de Sagarmatha”. Nesta saída estavam alguns militares armados a observar, com descontracção, quem passava. A partir daqui só caminhos estreitos, trilhos de montanha onde não circulava qualquer tipo de transporte, mesmo sem motor. Ali, só a força dos homens ou dos yaques.»
Saída/entrada de Lukla
Início/fim da caminhada - 17 dias
Isaura Tavares in "Diário de uma viagem"
2 comentários:
Este é só o 1º dia!!!
Aguardem a surpresa de imagens FANTÁSTICAS que estão ainda na "gaveta".
UM obrigada à Isaura. Vamos aguardar!
:)
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