Porque fechamos os olhos aos muitos caminhos da vida,
Deixamos para trás as possibilidades do futuro,
Desdenhamos as surpresas do outro lado de cada muro
Que nos esperaria a cada curva da estrada tão comprida.
São pétalas de uma flor que nunca plantaremos,
São gotas de água de um copo que partimos sem ver,
São cores de um arco-íris que nunca há-de nascer
Por acharmos que aquele não é o horizonte que queremos.
E agora, que me vejo onde estou, sentada ao sol,
Eternamente ansiando pelo canto do frágil rouxinol,
Eternamente à espera da estrada perfeita e sem buracos,
Vejo naquelas escolhas que não fiz quando devia
O meu pranto, a minha dor, a cama de agonia
Deste exílio voluntário dos pobres e dos fracos.
Sofia Pedro
4 comentários:
Como me emocionas, Sofia!
Imagina-me, c esta idade, c tantas coisas q ficaram por fazer, tantas opções. "Ou isto ou aquilo", sem certezas, a arriscar ou a ter medo d arriscar. A vida "chega a doer"!!!
Belíssimo, arrepiante poema... Fazemos escolhas na vida, muitas por impulsos, outras pensadas e repensadas, assim trilhamos o nosso caminho... Perfeito ou imperfeito, que nos pertence, a nossa história que nos faz sermos quem somos, chegarmos ou não chegarmos. Não me arrependo de nada do que fui/escolhi, mas se me fosse dada esta vida de novo escolhia novos rumos, porque aprendi, hoje já não sou quem fui ontem... Belo, não?
Sofia,
É sempre uma aprendizagem, esta nossa passagem por cá.
Dúvidas, tê-las-emos até ao final, acredita. Acredita também que em tudo, devemos dar todo o nosso afecto, e sorrir sempre. Há tanta gente que precisa de receber um sorriso, e às vezes é o suficiente para seguir em frente.
Arrisquei muitas vezes, outras arrependi-me de o ter feito, mas tentei retirar algo de positivo. Não tenciono acabar o meu caminho com arrependimentos!
Bjs.
Olá, minhas lindas. Um grande beijinho para todas. Devo dizer que foi ao escrever este poema, há algum tempo atrás, que comecei a pensar bem no rumo da minha vida. Uma pessoa vai crescendo e percebendo que quando queremos alcançar um objectivo - a felicidade - há muitos caminhos que nos podem levar lá, só é preciso não ter medo e não fechar os olhos aos inúmeros trilhos que encontramos pela frente. Devo dizer que é mais fácil de dizer do que de fazer, mas este ano tomei a resolução de caminhar por outra via. E nem vos sei dizer o que medo que senti e ainda sinto. Mas há tantas possibilidades abertas no futuro que quero pensar no aqui e agora e aproveitar o que tenho e dar graças por isso.
Um abraço muito forte a todas vós e obrigada pelas vossas lindas palavras, Solange, Dinamene, Didium!
Enviar um comentário