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sexta-feira, junho 25, 2010

A BORBOLETA

Tira aquelas rosas que colocaste na minha sepultura;
Arruma os lenços com que secas cada lágrima caída;
Apaga as velas e os círios da frágil despedida
De quem pensa que entrei naquela via eterna e dura.

Vai dizer ao mundo que ainda não caí, não expirei;
O silêncio que tu ouves é apenas o início de algo maior,
E se agora sou o pôr-do-sol matizado de tristeza e dor,
Amanhã descobrirás a completude em que me tornarei.

Deixa que os anjos voltem ao céu, num pensamento –
– se não me vês é porque chegou o meu momento,
E no silêncio hei-de transformar-me inexoravelmente.

Arrancarei do peito a perfeição que sempre me atribuíste,
Partirei a frágil redoma de vidro em que sempre me viste,
Libertarei os grilhões desta prisão e seguirei em frente...

Sofia Pedro

3 comentários:

solange disse...

Que belo!!!

maria eduarda disse...

Gostei Sofia! Bjs

Sofia disse...

Um grande beijinho para as minhas leitoras lindas que são as primeiras a ler estes poemas que aqui vou colocando.
Um abraço do tamanho do mundo!!