Outra lição das minhas horas no parque.
Simpatizo com crianças, em abstracto. As crianças são o nosso futuro. É bom para as pessoas de idade estarem rodeadas de crianças, levanta-nos o moral. E assim por diante.
Aquilo que esqueço no que toca às crianças é a incessante algazarra que fazem. Falando cruamente, gritam. Gritar não é simplesmente falar muito alto. Não é nenhum meio de comunicação, mas sim uma maneira de abafar os rivais. É uma forma de auto-afirmação, uma das mais puras que existem, fácil de exercer e altamente eficaz. Uma criança de quatro anos pode não ser tão forte como um adulto, mas é decerto mais barulhenta. Uma das primeiras coisas que devíamos aprender no percurso para nos tornarmos civilizados: não gritar.
Diário de um mau ano, J.M.Coetzee
Simpatizo com crianças, em abstracto. As crianças são o nosso futuro. É bom para as pessoas de idade estarem rodeadas de crianças, levanta-nos o moral. E assim por diante.
Aquilo que esqueço no que toca às crianças é a incessante algazarra que fazem. Falando cruamente, gritam. Gritar não é simplesmente falar muito alto. Não é nenhum meio de comunicação, mas sim uma maneira de abafar os rivais. É uma forma de auto-afirmação, uma das mais puras que existem, fácil de exercer e altamente eficaz. Uma criança de quatro anos pode não ser tão forte como um adulto, mas é decerto mais barulhenta. Uma das primeiras coisas que devíamos aprender no percurso para nos tornarmos civilizados: não gritar.
1 comentário:
Completamente de acordo!
Por favor, vamos falar baixo e ensinar as nossas crianças a não gritar!!!
E elas gritam porque querem fazer-se ouvir, sem primeiro aprender a ouvir.
E é tão importante saber ouvir, para se fazerem aprendizagens.
Mas as crianças, de uma maneira geral, querem que todos as oiçam e esquecem-se de que devem, também, ouvir.
Será que, muitas vezes, a culpa não é nossa que, ocupados com as nossas coisas (importantes ou menos importantes), não paramos, também, para as ouvir?!
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